A Sabedoria de um viajante

Trecho do post: "Sabedoria de um Viajante" de Eduardo Junqueira, um grande mestre para mim. Acesse www.universodosviajantes.com e leia textos maravilhosos deste companheiro viajante! Abraços Edu!

Um viajante não é um vagabundo.

Nunca se posicione como tal, nem deixe de fazer um trabalho que lhe pedirem, em troca de comida ou estadia. Você é um viajante que está fazendo uma viagem de maneira econômica, e este é um direito seu.

Se há pessoas que não sabem ver o mundo democraticamente, não é seu problema. O fato de não estar de acordo com o estilo de vida ou com o modelo de viagem dessas pessoas, não faz de você um vagabundo. Infelizmente há quem acredite que só é “correto” ou “bom” aquele que viaja com um voucher.

Vale lembrar que não trabalhar deteriora a mente humana, e que a mesma água que mata a sede mata o afogado.

Repartir o que se tem.

Não acredite que, ao caminhar de forma egocêntrica, chegará longe.

A divisão de comida, roupas, sabonetes e tudo mais faz parte do roteiro. E dentro da bagagem de um viajante consta o item: repartir. Agindo assim, creia, as pessoas também dividirão o que têm com você. Logo percebem quem é humano e generoso, e não há nada mais harmonioso do que a chance de fazer uma viagem fraternal.

O mesmo se aplica quando há a necessidade de se vender algo. Jamais tente levar vantagem. O bom negócio é o que satisfaz, e não aquele que dá lucro. Ter a mentalidade voltada para lucros é para quem quer ganhar dinheiro e não para quem quer viajar.

Desfrutar do que é gratuito.

Não sei quantos anos demorei para descobrir que as melhores coisas da vida são gratuitas. O sol, a lua cheia, a areia do mar, o mar, as cachoeiras, a noite estrelada, uma estrela cadente, um diálogo, um aperto de mão, uma caminhada e ainda uma infinidade de coisas que não caberiam aqui.

Lembre-se: você não é um turista!

O turista é condicionado a ver o que lhe mostram, e, de uma forma ou de outra, está predestinado a pagar.

Acredite no óbvio! As pessoas expõem sua cultura gratuitamente, e a natureza nada cobra para ser usufruída.

O prazer de viajar está na própria viagem.