quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Aos incrédulos, rótulos e quem realmente somos

Para ler ouvindo: Lenine - Hoje eu quero sair só

Hoje me sinto bem, bem por saber que realmente independo da opinião de outras pessoas, pessoas que não acreditam que realmente vou sair, vou viver, pessoas que também tem o mesmo sonho que eu, mas que não abandonam a crença da sociedade, a sociedade que não aceitar a minha escolha, que não consegue conceber a ideia de simplesmente sair, a sociedade que me julga como vagabundo, preguiçoso e muitas outras coisas.

É estranho ver como pessoas precisam de rótulos para viver, assim como eu precisei por muito tempo, músico, designer, louco, rockeiro, advogado, bonito, feio, humilde, rico, pobre, chato, vagabundo, trabalhador, vencedor, eletricista, jardineiro e infinitos outros rótulos.

Hoje, antes de partir, o único rótulo que me permito ter é o de viajante, pois as pessoas a minha volta não conseguem entender o que pretendo fazer e isso facilita, pelo menos um pouco. Não quero mais me fazer ver por títulos, ou por bens materiais, pelas roupas que uso, e sim por quem sou.

E quem sou eu?

O MARCO!

Não posso me definir com palavras, assim como nenhuma outra pessoa, tenho atitudes boas e ruins, as vezes me sinto bonito, as vezes feio, as vezes quero, as vezes preciso trabalhar, as vezes quero ficar de bobeira olhando para o céu.

As pessoas tem a necessidade de serem aceitas umas pelas outras, a cada bem material que conquistam, todos vem e lhe da congratulações, diz que está vencendo na vida, e que o ideal é conseguir mais e mais, sempre, e entrar de vez nesse círculo vicioso. Mas passando pelo processo que passo hoje, de abrir mão do que “conquistei”, vejo como é muito mais fácil se conquistar o que não possui do que abrir mão do que se tem, as pessoas não conseguem aceitar isso!

Hoje pessoas que sempre se disseram simples, diferentes, contra o sistema, pessoas que não se importavam com dinheiro, queriam viver de arte, participam avidamente desse sistema podre, não posso criticar nem julgar, pois cada um cada um, se acharam melhor assim, que assim seja, porém, por isso creio que devemos ser extremamente cautelosos com tais rótulos, pois somos seres humanos, mudamos nossa forma de pensar e agir mais do que mudamos de roupa, então essa ideia de rótulo se torna algo bem perigoso.

Não vamos nos preocupar com o que temos, com o que ganhamos, pois é óbvio que se trabalharmos 8 horas por dia, de segunda à sexta durante o mês inteiro, vamos ganhar algum dinheiro, e como a maioria das pessoas esqueceu o significado de viver, vão usar o dinheiro para tampar esse buraco, com um celular, um carro, um ap na praia, um dia de lazer no parque de diversões etc.

Hoje, sem possuir um caminhão de bens materiais e rótulos, me sinto muito mais satisfeito do que já fui em qualquer época da minha vida, hoje o que tenho nos ouvidos é Lenine, Oswaldo Montenegro, Oza ventura, na cabeça pensamentos que busco ampliar a cada dia, e na mochila histórias para contar amanhã, e pra mim isso basta!

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